Sintra, Lisboa, Portugal
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As primeiras referências a Sintra datam do período da Pré-História como prova o monumento Tholos do Monge. Durante o período romano a região de Sintra foi profundamente sujeita à romanização em diversos aspectos. Existem várias provas desta ocupação como a Vila Romana de São Miguel de Odrinhas e a Fonte Romana de Armés.
Da ocupação dos Visigodos foram encontrados vestígios em Faião onde se registaram epígrafes que terão pertencido a uma Igreja do Século VII. Os Mouros conquistam a região de Sintra no ano de 713.
Foram feitas várias tentativas por parte dos exércitos cristãos para conquistar Sintra aos Mouros mas só em 1147 através de D. Afonso Henriques é conseguido o controlo definitivo de Sintra.
Em 9 de Janeiro de 1154 é fundado o Município de Sintra por parte de D. Afonso Henriques, que pouco depois foi dividido em 4 grandes freguesias: São Pedro De Canaferim, com sede junto ao Castelo; São Martinho, com sede paroquial no centro da vila; Santa Maria e São Miguel ambas com sede paroquial no Arrabalde. Instalam-se vários conventos, mosteiros e ordens militares, assim como se verificam diversas doações.
Existem provas que atestam a entrega de casas e outras propriedades de Sintra a D. Gualdim Pais, por D. Afonso Henriques, por volta de 1147. O Arquivo Histórico Municipal dispõe de diversos documentos que comprovam outras doações, fazendo estas medidas parte da política régia de consolidação da Reconquista Cristã.
Nesse contexto regista-se a confirmação do foral de Sintra em 1189. Em 1348 a peste negra chega a Sintra provocando um elevado número de mortos na região. Em 1374, o rei D. Fernando I, doa Sintra à rainha D. Leonor Teles. Durante a crise dinástica de 1383-1385, o senhor de Sintra, D. Henrique de Vilhena, toma o partido de Castela.
Com a vitória dos portugueses na batalha de Aljubarrota Sintra entrega-se sem luta ao Mestre de Avis, Rei de Portugal. Em 1385 D. João I doa a vila de Colares a D. Nuno Alvares Pereira e quebra a tradição de doar Sintra à Casa das Rainhas.
D. João I realiza obras no Palácio da Vila mais tarde adoptado como Palácio Régio. É aqui que se toma a decisão de conquistar Ceuta, ocorre o nascimento e o falecimento de D. Afonso V, D. João II é aclamado Rei e D. Manuel I recebe a notícia da chegada à Índia. Pensa-se também que foi no palácio que Luís de Camões recitou os Lusíadas a D. Sebastião.
Durante o reinado de D. Manuel I, a vila e a serra vão ser sujeitas a obras de melhoramento empreendidas pelo Rei: restauro e ampliação do Palácio da Vila, reconstrução da Igreja de S. Martinho, construção do Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, construção do Pelourinho de Sintra e restauro do Convento de Penha Longa.
Em 1509, realiza-se em Sintra a Convenção Luso-Espanhola, sobre as fronteiras das conquistas em África até ao cabo Bojador. Em 1514, D.Manuel renova o foral de Sintra e 2 anos mais tarde, o foral de Colares. Na 2ºmetade de séc.XVI, Sintra foi «um centro cortesão por excelência, incentivado pela presença de uma aristocracia em ascensão que aqui edificava os seus solares e quintas» (Vítor Serrão).
Em 1560, D.Álvaro de Castro, mandou construir o Convento de Santa Cruz dos Capuchos, na Serra de Sintra. Em 1578 têm inicio as remodelações do Convento da Penha Longa e construção do Jardim do Cardeal, ordenadas pelo Cardeal-Rei D. Henrique. Durante o período Filipino (1580-1640) Sintra perdeu importância como vila de residência da Corte portuguesa.
Recebe ocasionalmente algumas visitas reais. Após a Restauração, a rainha D. Luísa de Gusmão visita Sintra em 1652, e o rei D. João IV visita a vila em 1654. É também em Sintra que é preso D. Afonso VI, que morre em 1683. Em 1706 inicia-se o reinado de D. João V.
Em 1744, inicia-se a construção do Aqueduto do Ramalhão e três anos depois começam as obras de construção do Palácio de Queluz. Após o terramoto de 1755, que provocou muitos estragos em Sintra, inicia-se um plano de reconstrução do Palácio da Vila.
Em 1787, a Rainha D. Maria I visita Sintra. É inaugurado o Palácio de Queluz em 1794. A 12 de Outubro de 1798 nasce D. Pedro IV em Queluz. Em 1808 dá-se a assinatura da Convenção de Sintra que terminou com a 1º Invasão Francesa. No final do século XVIII e durante todo o século XIX, Sintra vive a época do Romantismo e recupera o seu estatuto de estância o que provoca o regresso da Coroa e Corte portuguesas.
William Beckford instala-se em Sintra no Verão de 1787 aquando da inauguração da Mansão de Seteais. A Princesa D. Carlota Joaquina, mulher do Príncipe Regente D. João, compra a Quinta do Ramalhão. Gerald Devisme constrói o Palácio de Monserrate.
Lorde Byron instala-se no Lawrence’s Hotel. O rei D. Fernando II toma a iniciativa de construir o Palácio da Pena, uma das sete maravilhas de Portugal nos tempos actuais. Após a construção do Palácio da Pena Sintra retoma o estatuto de residência de Verão da Família Real portuguesa até ao fim da monarquia em 1910.
Em 1834, no Palácio de Queluz, morre D. Pedro IV. Em 1887 é inaugurado o caminho-de-ferro que liga Sintra a Lisboa. No princípio do século XX Carvalho Monteiro compra a Quinta da Regaleira para construir um espantoso palacete de arquitectura manuelina. Em 1903 o Palácio e Parque da Pena recebem a visita de Eduardo VII da Grã-Bretanha. Em 1904 é inaugurado o primeiro troço do eléctrico de Sintra.
Sintra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, é um lugar único, reconhecido como tal pela UNESCO, que a classificou como Paisagem Cultural e Património da Humanidade, numa sessão realizada em Berlim, a 6 de Dezembro de 1995.
Sintra apresenta características geomorfológicas únicas que funcionaram e funcionam ao longo da história como pólo de atracção para vários povos. É um local de encontro de culturas, abertura ao mundo, de aceitação e respeito pelas diferenças.
Sintra é ainda hoje a ´´nobre villa cercada de muitas quintas, amenos bosques com muitas fontes de excelente água´´ a que se referem diversos autores antigos.
Região turística por excelência, Sintra é um dos locais mais aprazíveis e privilegiados existentes em Portugal. Da vasta Serra verdejante e rochosa, numa situação admirável de pitoresco e amplos panoramas, até ao literal de imponente beleza marinha, Sintra é, em boa verdade, ´´um jardim do paraiso terreal´´.
As potencialidades da região sintrense não se restringem ao encanto selvagem da Serra, envolta por vezes em neblinas, e aos valores artisticos da Vila Velha, ´´a mais aprazível da Europa´´, segundo Byron, antes englobam, no seu espaço, preciosas relíquias arqueológicas, sobretudo do período romano, vetustas quintas senhoriais, igrejas de personalizado acento, e característicos aglomerados de construção saloia.
Nos três Palácios Nacionais Vila, Pena e Queluz e na série de Museus Municipais, admira-se um importante espólio histórico- artístico que documenta, por um lado, o mode dinâmico como, ao longo dos séculos, as populações sintrenses souberam engrandecer o seu espaço e, por outro, a atracção que Sintra sempre provocou em notáveis artistas nacionais e estrangeiros, que enriqueceram um património cujos contornos são de âmbito mundial.
As potencialidades turísticas de Sintra incluem a produção vinicola, de comprovada qualidade, a riqueza industrial dos mármores que, secularmente, têm vindo a embelezar diversas regiões), a sua doçaria e culinária tradicional, e, por fim, a fecunda produção das suas oficinas de artesanato.
As potencialidades turísticas de Sintra incluem a produção vinicola, de comprovada qualidade, a riqueza industrial dos mármores que, secularmente, têm vindo a embelezar diversas regiões), a sua doçaria e culinária tradicional, e, por fim, a fecunda produção das suas oficinas de artesanato.
´´Em toda a terra portuguesa, em toda a terra da Europa, Sintra surge come um dos mais belos e raros lugares que a invenção prodigiosa da natureza logrou criar´´, escreveu o poeta Afonso Lopes Vieira. Pelas palavras do poeta inglês Robert Southey, Sintra é descrita como ´´o mais abençoado lugar de todo o globe habitável´´.
Com a inauguração da linha de caminho-de-ferro, entre Lisboa e Sintra, em 1887, a Vila adquiriu foros de estância de veraneio da burguesia lisboeta e expandiu-se em termos urbanísticos, atraindo também cientistas e historiadores de renome, que começaram a estudar metodicamente os seus valores seculares
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